Um Lado Muito Teu (e meu) *
Hoje, sonhei que estava-mos sentados num banco à frente da praia.
Nenhum de nós falava.
Entretanto, recebi uma mensagem tua no meu telemóvel a dizer que me amavas mas que não tinhas coragem para me dizer cara a cara.
Achei aquela mensagem a coisa mais querida que não a quis apagar. Mas quando percebi que estavas a falar com alguém por mensagens e eu não recebia nenhuma, pensei que tinha sido engano a que me envias-te e sai dali a correr com uma lágrima no olho.
Quando cheguei a casa, entrei no meu quarto, fechei-me a sete chaves e deitei-me na minha cama a chorar.
Passado algum tempo, vejo o meu telemóvel a vibrar.
Fui ver o que se passava e eras tu que me estavas a ligar. Ainda hesitei, mas acabei por desligar a chamada.
Voltei a deitar-me e acabei por adormeçer.
Quando acordei já era de manhã. Levantei-me e a primeira coisa que fiz foi ver se tinha algo teu no meu telemóvel.
Quando vi, tinha imensas chamadas e uma mensagem tua.
Começei a le-la:
“ Estavamos os dois sentados num banco da praia e eu estava a pensar no que te ia dizer. Ontem já tinha pensado muitas vezes em te ligar e dizer que te amo, mas não valia de nada, se eu não soubesse o que tu pensavas de mim. Então decidi enviar-te um sms a dizer que te amava e que tinha vergonha de te dizer cara a cara. Mas não sei o que te deu, levantaste-te e começas-te a correr e a chorar. Eu chamei-te, mas tu continuas-te. Senti-me um inútil e corri atrás de ti, mas quando estava perto de te apanhar, tu já tinhas entrado dentro do autocarro.
Depois liguei-te, mas tu desligas-te.
Pensei em imensas coisas, mas nada fazia sentido.
Por favor atende, explica-me o que tens! ”
Quando acabei de ler a mensagem caiu-me lágrimas.
Preparei-me o mais rápido possível e fui ter contigo.
Quando cheguei a tua casa, toquei à campainha e a tua mãe veio abrir a porta. Perguntei-lhe se tu estavas em casa e ela disse-me que tu tinhas ido à praia.
Fui então ter contigo, cheguei à praia e estavas sentado num banco sozinho a apreciar as ondas do mar.
Vi que também estávas a chorar por minha culpa .
Tirei o telemóvel do bolso do casaco e mandei-te uma mensagem:
“ Olha para trás! “
Olhas-te, vies-te a correr ter comigo e abraçaste-me. Senti uma coisa tão forte, como as ondas do mar naqueles dias de tempestade.
“ Será que agora podes me dizer o que sentes por mim? “ (eu)
“ E tu, o que sentes por mim? “ (ele)
“ Eu simplesmente te amo, como nunca amei ninguém! “ (eu)
Quando acordei deste sonho, percebi que era apenas uma ilusão e que amanhã vou passar por ti e nem um “olá” irei dizer.
